quinta-feira, 20 de novembro de 2014

XLIX



XLIX

E a serenidade serve-se
quente
ao pequeno-almoço
depois
de toda fúria os corpos
regressam
ao seu normal estado de vigia
como se a vida fosse
servida em copos
pequenos
pequenas doses
Grande veneno
queria
a incerteza
sem a fuga
Queria
o verbo não
o adjectivo.
Queriam
o sonho sempre
adiado
Não fosse
a dúvida

Incólumes
no passo
de nuvem a sombra
do que resta
Nada!

Uma sombra de coisa
Nenhuma.



LAM in “ O Pombo Molhado”; edições “Afa zer” 2014

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