segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A meditação


[A Meditação] é uma prática que, simultaneamente, transcende os dogmas das religiões e é a essência das mesmas.




A dádiva de aprender a meditar é a maior que alguém poderá dar a si mesmo nesta vida, uma vez que através dela é possível iniciar a jornada para a descoberta da nossa verdadeira natureza, encontrando a estabilidade e a confiança necessárias para viver e morrer bem. A meditação é a estrada para a iluminação.



Em geral, desperdiçamos as nossas vidas – distraindo-nos do nosso verdadeiro eu – com infindáveis actividades. A meditação, por outro lado, é o caminho para nos trazer de volta a nós próprios, onde podemos realmente experimentar e saborear a totalidade do nosso ser, oculto por detrás dos padrões dos hábitos. As nossas são vividas num esforço intenso e ansioso, num remoinho de velocidade e agressão, com competição, apegados a isto e àquilo, aumentando cada vez mais o fardo com novas actividades extenuante e novas preocupações. A meditação é exactamente o oposto, é quebrar completamente o modo como “funcionamos” normalmente, uma vez que se trata de um estado livre de todos os cuidados, em que não há competição, não há o desejo de possuir ou de nos apegarmos a qualquer coisa, não há lutas intensas ou ansiosas nem desejo ardente de vencer. É um estado sem ambições, onde não existe aceitação ou rejeição, esperança ou medo, um estado em que começamos lentamente a libertar todas essas emoções e conceitos que nos aprisionaram e entramos num estado de simplicidade natural.

Sogyal Rinpoche, "O Livro Tibetano da Vida e da Morte, "O Saber do Oriente", Editora Prefacio  

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