quarta-feira, 9 de junho de 2010

[que se calou...]

Que se calou tão de repente braço,
disperso e largo de brasil distante?
Tão calado sou eu que o amordaço
e raspo a sua tinta galopante?

Será de punho e medo, ou só a ira
crescendo a fazer sombra sobre tudo?
Será agora o pombo, em que se insira
entre o correr um bico mudo?

- Ou será só não mais que um motivo
para andar mais depressa pelo meio
de estar presente e mosto, ausente e vivo,

e vir, depois de esperas e paleio,
beber água deveras neste esquivo,
porém terno e tremente, seio?

Pedro Tamen; "Principio de sol "; circulo de leitores

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito belo este poema.

Abraço,

Manuel Taveira